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sexta-feira, 18 de julho de 2025

Coisas da Vida - E o tempo levou !


Estava aqui, a fuçar na net quando alguém tocou a campainha, fui atender e era a rosa do jardim da vizinha do lado, a rosa queria falar com a minha esposa, como ela havia saído, papo vem, papo vai, começamos a falar em idade, envelhecimento etc.

A rosa estava me contando que o cravo o marido dela havia morrido a algum tempo atrás, disse que ele já tinha uma certa idade e estava doente, nisso minha mulher chegou, elas passaram a conversar e eu entrei e fiquei pensando nesse assunto e decidi escrever um pouco.
Como é interessante essa coisa de envelhecer, a gente se olha no espelho e percebe que o tempo esta passando, começam a aparecer as pequenas rugas, os cabelos já não são mais os mesmos, a barriga cresce um pouco, os pelos começam a sair pelas orelhas e nariz, as marcas de expressão começam a ficar mais aparentes, "as coisas" no corpo, começam a sofrer a ação da gravidade, prá homem gordinho a coisa é pior, eles geralmente ficam com os "peitinhos" salientes, a barriga não permite que ele veja mais o pinto.
Tem um ditado que eu sempre usava no programa de humor que eu fazia na radio era  :
-Só não envelhece quem morre antes!
E é verdade, o garotão de hoje será o tiozinho de amanhã, a coisa pega quando o tiozinho fica querendo pagar de gatinho, tá certo que não precisa se vestir como um velho, de chapéu, bengala, paletó, colete, lenço no bolso, etc, mas também não me vai colocar camiseta que deixa os bicos dos mamilos salientes, vem com conversa de que é "comedor", ai fodeu.
Todos nós envelhecemos, a belas, nossos pais, nossos tios, os reis, presidentes, ninguém escapa a ação do tempo, os nossos ídolos também, a beleza deles duram para sempre só nas fotos, revistas e filmes.
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Tem umas figuras cheias de dinheiro que tentam retardar o envelhecimento e fazem tudo quanto é merda que o dinheiro pode comprar para ficar mais belas, e ai tanto que mexe que a coisa "entorta" literalmente.
Por isso, o negócio é ir se acostumando com a idéia que a idade chega para todos, o que você pode fazer é ir se cuidando, mas se pensar em passar por um bisturi para tentar fazer alguns acertos e correções, cuidado aonde vai fazer a recauchutagem, o resultado pode ainda ser mais desastroso.

Precisava ter uma segunda opinião a respeito desse assunto tão polêmico, liguei pro João, aquele meu amigo e o papo foi esse!

Alô, João, quem é?

- Alô, João, tudo bem por ai, aqui o Dió, Belele?

 Belele cara, você me liga justo agora, tô aqui vendo uns filminhos  pornô da hora.
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- Pô João, pornô?
- É rápido, te liguei porque estou aqui no pc, escrevendo a  respeito  de envelhecimento, plásticas, tiozinhos e tiazinhas etc, o que você acha disso?

Cara, tem umas figuras que fazem plásticas para segurar a onda de envelhecimento e a coisa fica pior, tem umas tias da tv que de tanto esticar já esta com o umbigo na nuca, tem outras ai, que mais parecem bonecos de ventríloquo, só mexem a boca, a merda fica pior quando a mulher esta cheia de botox nos lábios e ainda faz beicinho prá falar ou tirar fotos, isso é foda, parece rabo de cavalo com hemorroida.
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Outro dia a minha avó comentou que queria colocar botox ou fazer plástica para melhorar a aparência, eu disse prá ela esquecer disso, primeiro pra ajeitar a véia teria que tirar uns 20 kgs de pele, e se tiver que usar botox na véia, é tanto botox, mas tanto botox que a velha iria morrer intoxicada com tanta aplicação.
Na real o único jeito é nascer de novo, agora me deixa sossegado que vou ver os meus "filminhos", até...

- É, esse é o João, mas antes de ir quero deixar esta prá você pensar :






sábado, 5 de julho de 2025

Coisas da Vida - As esfihas do Biriba!





Eu estava tomando café, quando  uma casca de pão na mesa olhou prá mim e perguntou :

-Tá olhando, algum "pobrema, perdeu alguma coisa aqui?

Naquele momento, quando ela citou a frase "pobrema", me veio a lembrança do Biriba, um vendedor de esfihas e salgadinhos na rua 7 de Abril, no centro de São Paulo, capital, no fim dos anos 70, ele dizia, se o seu "pobrema" é fome eu tenho a "solucionática".

Nos fim dos anos 70 começo dos anos 80, eu comecei a trabalhar em uma agência de publicidade como boy, uma agência internacional que até hoje esta no mercado,  prefiro na citar o nome, era um de meus primeiros empregos no centro da cidade de São Paulo, eu era boy,  boy era aquele pivete que fazia de tudo na empresa, entregava correspondências, comprava cigarro para o chefe, pagava as contas da família do chefe e era exploração por todos, era o faz tudo, mais conhecido como couro de pica, ia prá cima e prá baixo sem parar o dia todo.
  Estava começando minha "carreira" de boy, e boy  era um dos que menos ganhava na empresa e um dos que mais trabalhava, ele ia prá cima e prá baixo com a tal mala 007 que era moda na época, sonho de consumo de todo office boy.
 Na hora do almoço, com o que eu ganhava eu tinha duas opções, ou comia no boteco "pé prá fora", pelo nome você imagina o que era o tal pé prá fora, para um entrar para fazer o pedido, dois tinham que sair, a especialidade da casa era salsicha ou linguiça no pão acompanhados pelos "deliciosos" sucos aguados sabor laranja ou como opção de outros sabores você tinha suco de algo parecido com outra coisa de sabor indefinido , o problema no pé prá fora era o preço um pouco mais caro que o outro concorrente.
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Como concorrente direto eles tinham "As esfihas do Biriba!", com um  preço mais em conta e com salgadinhos não digo de melhor qualidade, mas a quantidade de massa "estufava", enganava o estômago e dava prá levar o trampo que era "pesado" até o fim do dia sem se sentir muita fome, era correria o dia todo, prá lá e prá cá.

Eu preferia comer no Biriba, o Biriba tinha um cantinho no bar da esquina, nem cantinho era, era um pequeno carrinho, com uma luz que além de servir prá freguesia ver os produtos, também servia prá deixar os salgadinhos quentes, eram esfihas abertas e fechadas, empadão, esse empadão era do tipo 90 % de pelota de massa de farinha e água  e 10% de recheio, você comia e dava um nó nas tripas, o suco servia prá empurrar prá baixo, kibes, bolinhos de carne, coxinhas etc, era uma delicia aquelas  esfirras abertas e crocantes do Biriba, eu achava.

O Biriba era uma figura, lembrava aqueles bicheiros com  correntes no pescoço, no pulso, relógios baratos, cabelo repartido de lado, sempre brilhando, tipo fritou bacon no porão, sempre com seu avental azul com a lateral descosturada, caneta e bloquinho no bolso, a vantagem em comer no Biriba era que se você não tivesse dinheiro na hora, comia fiado, pagava depois.
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Uma bela manhã, uma garoa fina cobria São Paulo e ia eu pela rua 7 de Abril, rua em que trabalhava, pouca gente circulando era cedo ainda, subindo a rua, fico observando uma bicicleta,destas que tem um cesto metálico na frente e que serve para carregar coisas, ela passou por mim e um pouco mais a  frente,  o pneu bateu em um buraco e a caixa de papelão que estava no cesto pula e cai de "boca" prá baixo no asfalto molhado, o condutor da bicicleta, para, fica de joelhos e arrasta algumas coisas que caíram e estavam embrulhadas em jornais, coloca de volta na caixa, põe no cesto e segue a viagem.

Eu ali continuava a observar o trajeto da bicicleta, que logo a frente parou no bar da esquina, justamente aonde o Biriba tem seu cantinho e que ali vende seus salgados, fiquei curioso acompanhando o movimento, ao me aproximar, percebi que aquela caixa  que havia caído no chão estava em cima do balcão do Biriba, e embrulhado nos jornais estavam as "deliciosas" esfirras e salgados crocantes, aquelas que o Biriba vendia.
No momento tive um choque, era uma mistura de vontade de vomitar, diarreia, vertigem e desespero,
pensei comigo, tanto tempo comendo aquela porra daqueles salgados, se era transportado dessa forma, embrulhado em jornais, imagine então como eram feitos, afinal, o que eu andava comendo.
Disfarcei prá ele não notar que eu havia visto ele desembrulhar aquelas merdas dos jornais, isso porque ele também não sabia que aquilo havia caído na rua e recolhido de qualquer jeito, mas mesmo que soubesse com certeza venderia aquilo da mesma forma, Biriba nunca foi "politicamente" correto.
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Depois do choque, agradeci a Deus por ainda estar vivo depois de comer aquelas coisas, e nunca mais apareci ali no Biriba, ele começou a sentir minha falta, uma bela manhã ao passar ele me parou, me cumprimentou e fez a pergunta :
- E ai Dió, não apareceu mais, aconteceu alguma coisa, tem algum "pobrema", você não  comeu mais aqui, você sempre foi meu "criente" numero 1?

Fiquei meio sem graça, precisava pensar em uma resposta rápida  :
- Não tem problema alguma não Biriba, é que agora tô trazendo marmita, prá economizar, você entende né? O Biriba me olhou com tristeza, afinal, havia perdido um grande e fiel cliente e eu por sua vez ganhado mais alguns anos de vida, afinal, o que será que eu andava comendo, de que forma e como era feito a porra daqueles salgados ?

Antes de ir quero deixar esta prá você pensar :

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