Estava trocando umas idéias como meus natais passados, eu expliquei a eles que minha proposta do blog é colocar coisas divertidas, humor, mas queria ter oportunidade de escrever algo um pouco mais sério, eles em comum acordo me autorizam a fazer isso, disseram que como o Natal é uma ocasião especial eles iriam abrir um precedente.
Hoje decidi falar sobre o natal, que para muitos é um momento de alegria e para outros momento de saudades e tristezas e para alguns outros indiferente.
Quando viajo no tempo e volto a minha infância, algumas das boas lembranças que tenho é de ver a minha mãe montando a arvore de natal, mulher batalhadora, com sacrifício criou eu e minha irmã após a separação dela de meu pai.
Naquela fase da minha vida, a dor que eu sentia não era por não "ter" um pai, pois nada ele havia acrescentado aos meus poucos anos de vida e eu não tinha muitas referencias do que era realmente um pai.
Talvez a minha "preocupação" fosse pressentir o sofrimento da minha mãe e saber que a partir daquele momento, ela teria uma vida toda pela frente tendo que criar sozinha duas crianças.
Talvez a minha "preocupação" fosse pressentir o sofrimento da minha mãe e saber que a partir daquele momento, ela teria uma vida toda pela frente tendo que criar sozinha duas crianças.
Naquela época, a visão da tal "sociedade padrão", era muito preconceituosa com mulheres separadas, divorciadas, etc, essas que não representavam as famílias padrão da época, do tipo. "papai, mamãe, filhinhos e o mundo maravilho e belo". Sabe estas família dos comercias de margarina, aonde pela manhã todos estão a mesa para o café, pois bem era isso que jogavam como o padrão.
Tinham muitas famílias desajustadas, com problemas de relacionamentos , mas continuavam juntos, mesmo sendo criança a turma do bairro já conhecia as figurinhas carimbadas da época, conheci famílias de aparências, viviam juntos preocupados com que a sociedade hipócrita ia falar, o importante era a unidade familiar, mesmo com todas as sacanagem jogadas embaixo do tapete, separados jamais, entende?Eu era pobre, morava em uma casa muito pequena e simples, uma das lembranças de natais passados que tenho era que no canto da cozinha desta casa, aonde morei por muitos anos tinha um pequeno móvel quadrado, a minha mãe encapava ele com papel que tinha motivos natalinos, em cima dele colocava pesos sobre os pés da arvore para que ela não caísse, era uma grande arvore de natal verde, hoje pensando bem, não sei se a arvore era grande ou nós que éramos pequenos demais.
Minha mãe pegava uma caixa de papelão que ficava o ano todo em cima do guarda-roupas, sempre aguardando o próximo natal, dela ela tirava as bolas e enfeites, desembrulhando um a um para não quebrar, naquela época as bolas e enfeites eram de vidro, íamos pendurando uma a uma na árvore, as vezes ouvia-se o plofttttt..., mais um enfeitinho que se espatifava no chão. A lembrança do gesto de pendurar bola a bola, enfeite a enfeite, me trás uma lembrança alegre e melancólica ao mesmo tempo, chega a dar vontade voltar ao tempo só para poder fazer uma analise mais profunda de tudo aquilo que acontecia e tentar encontrar a fronteira entre o amor e a dor, alegria e a tristeza.
Minha mãe pegava uma caixa de papelão que ficava o ano todo em cima do guarda-roupas, sempre aguardando o próximo natal, dela ela tirava as bolas e enfeites, desembrulhando um a um para não quebrar, naquela época as bolas e enfeites eram de vidro, íamos pendurando uma a uma na árvore, as vezes ouvia-se o plofttttt..., mais um enfeitinho que se espatifava no chão. A lembrança do gesto de pendurar bola a bola, enfeite a enfeite, me trás uma lembrança alegre e melancólica ao mesmo tempo, chega a dar vontade voltar ao tempo só para poder fazer uma analise mais profunda de tudo aquilo que acontecia e tentar encontrar a fronteira entre o amor e a dor, alegria e a tristeza.
Pouco a pouco, naquela humilde casa íamos vendo a arvore se colorindo de esperanças, arvore que para alguns poderia não representar nada, ou algo de mal gosto, mas para nós representava um momento no tempo aonde por mais dificuldades que estivéssemos passando, aquele era um gesto de amor que tudo superava e tudo transformava, pelo menos naqueles dias.
- Tudo isso vai passar e um dia só vai fazer parte de suas lembranças, segue, acredite, as coisas irão melhorar.
Me vêm uma visão bem clara, como um facho de luz atravessando a escuridão, vejo os nossos risos por ver a árvore montada, a correria pela casa, a expectativa da visitas dos tios, de quem sabe, poderíamos ganhar algum brinquedo, nisso ouvia-se uma bola que caía e se quebrava ao tocar o chão e a voz da mãe dizendo :
-Vê se vocês parem com isso, cuidado para não se cortar!
No natal sabíamos que não tínhamos muito a comemorar, a virado do ano iria passar e toda luta começaria novamente, mas a árvore estava lá, imponente, altiva, a olhar pra gente.
Nas noites de natal em casa montávamos uma mesa, poderia ter pouca coisa, nunca passávamos em branco, como a festa em casa era só para nós, eu não via muita graça, eu ia passar a noite de natal na casa do meu melhor amigo que era também meu vizinho.
A casa dele no natal estava sempre cheia de gente, casa grande, ele ganhava muitos presentes dos tios e avós e eu aproveitava para ver e brincar com presentes que sabia que eu dificilmente iria ganhar.
Mesa farta, tinha de tudo que uma criança poderia querer comer em noite de natal, mas mesmo ali com pouco idade na hora do abraço da turma, aquele que é dado a meia noite na hora da grande comemoração, e vendo tudo mundo sorrir, cantando e gritando a festejar, eu me sentia um estranho no ninho, como um traidor. Mesmo sendo criança, pensava na minha mãe e minha irmã que estavam em casa e não tinham muito o que comemorar, queria elas ali, comigo, ficava por um tempo triste por querer compartilhar toda aquela alegria com elas e não podendo, era algo conflitante, ali em pensamento eu me perguntava, porque será que vivíamos em situação tão opostas a aquela?
A casa dele no natal estava sempre cheia de gente, casa grande, ele ganhava muitos presentes dos tios e avós e eu aproveitava para ver e brincar com presentes que sabia que eu dificilmente iria ganhar.
Eu queria poder pegar um pouco daquela alegria e levar para casa e dizer, toma aqui, vocês também merecem, mas, no fundo sabia que as coisas não eram tão simples assim.
O tempo passou, muitos natais vieram, fui crescendo, perdi o contato com esse meu amigo, mas nunca me esqueci desses natais, lembranças gestos, olhares, cheiros, crescemos e os natais vieram juntos, alguns alegres e outros nem tanto, mas, é como diz a letra da musica :" O passado é uma roupa que não nos serve mais!".
Nessas noites de natal, fico a pensar, quantas pessoas sorriem e quantas outras choram, sentindo falta de amores perdidos, filhos, mães e pais, sentindo saudades de seus entes queridos que se foram sem ao menos terem tempo de dizer um adeus ou eu te amo.
Nessas noites de natal, fico a pensar, quantas pessoas sorriem e quantas outras choram, sentindo falta de amores perdidos, filhos, mães e pais, sentindo saudades de seus entes queridos que se foram sem ao menos terem tempo de dizer um adeus ou eu te amo.
Quantas lagrimas silenciosas correm, quantas cicatrizes se abrem?
Como dizem, tudo isso faz parte de nossas vidas, e ela segue seu rumo, segue seu destino e nos leva em seu voou incessante pelo tempo até não sei quando.
Como dizem, tudo isso faz parte de nossas vidas, e ela segue seu rumo, segue seu destino e nos leva em seu voou incessante pelo tempo até não sei quando.
Que nessa noite de natal que se aproxima, por mais "fora de moda" que possa parecer, por mais careta que possa parecer, faça a sua reflexão, repense sua vida, talvez ainda há tempo, quem sabe, alguma coisa por ai, que foi abandonada, deixada de lado que ainda poderá ser salva.
Façamos do mundo um lugar melhor, eu também me incluo nisso, faça por você, por quem você ama, por quem admira e respeita, tente ser feliz, encontre seu caminho, e como dizem por ai, tudo passa, então, que tudo passe...
Feliz aniversário!!!
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