Eu era um garoto, mas muita coisa ficou gravada em minha memória, no fim dos anos setenta e coisa era meia louca, estávamos em plena ditadura, o curso da moda era datilografia da prá imaginar a modernidade?
Na época as baladas eram chamadas de bailes, existia uma tal de “seleção musical”, em média, ela era formada por seis musicas dançantes e seis musicas lentas, nessas musicas lentas o casal dançava colado, e nesse momento a coisa pegava fogo.
Durante a dança, conversa vai e vem, o cara tentava “ganhar” a garota, esse “ganhar” pode ter vários significados, isso depende muito da garota, do cara e do tesão recolhido .
Imagine você, uns vinte minutos agarradinhos com uma garota, se não conseguia nada pelo menos o que o cara ganhava era a tal de “mela cueca ”, por isso chamavam o nome da dança de “mela cueca” ou “mela calcinha”, é engraçado ouvir isso agora, mas na época o bicho pegava.
Naquela época os “bailes”, hoje as conhecidas “baladas”, eram geralmente realizados nas casas e nos bairros, logo depois começou a ser realizado em clubes e salões.
Tudo na época era periferia, para você ter uma ideia, eu morava perto do bairro da Penha, aqui em São Paulo, capital, se você conhece São Paulo, você conhece o local e sabe que não é tão longe do centro da cidade, naquela época esse local era considerado periferia.
Os “bailes” eram geralmente realizados em salões de associações de bairros e clubes, mesmo que um baile fosse realizado em um bairro um pouco melhor localizado e tivesse outro em outro bairro um pouco mais distante e mal localizado, no fim tudo era mesma merda, tudo considerado periferia, assim como hoje um monte de "Zé Mané" metido a besta, na época tinha pobres metidos a besta.
Existia "balada" na Vila Dalila aonde o salão era maior, melhor recurso de som e iluminação, tinha " nome", ali se cobrava mais caro pelos ingressos e tudo mais, a turma queria ir lá só para poder dizer que frequentava o tal lugar, mas tudo era uma coisa só, jovens frequentando salões localizados na periferia de São Paulo e se “achando”. E o que dizer então das festas de casamento, geralmente eram realizados nas casas, as festas em salões na época, era para quem tinha dinheiro um dinheirinho a mais.
Tudo na época era periferia, para você ter uma ideia, eu morava perto do bairro da Penha, aqui em São Paulo, capital, se você conhece São Paulo, você conhece o local e sabe que não é tão longe do centro da cidade, naquela época esse local era considerado periferia.
Os “bailes” eram geralmente realizados em salões de associações de bairros e clubes, mesmo que um baile fosse realizado em um bairro um pouco melhor localizado e tivesse outro em outro bairro um pouco mais distante e mal localizado, no fim tudo era mesma merda, tudo considerado periferia, assim como hoje um monte de "Zé Mané" metido a besta, na época tinha pobres metidos a besta.
Existia "balada" na Vila Dalila aonde o salão era maior, melhor recurso de som e iluminação, tinha " nome", ali se cobrava mais caro pelos ingressos e tudo mais, a turma queria ir lá só para poder dizer que frequentava o tal lugar, mas tudo era uma coisa só, jovens frequentando salões localizados na periferia de São Paulo e se “achando”. E o que dizer então das festas de casamento, geralmente eram realizados nas casas, as festas em salões na época, era para quem tinha dinheiro um dinheirinho a mais.
Com certeza a maioria dos casamentos eram realizados nas casas, a pior parte disso era a sujeira que ficava depois do casamento, a noiva e o noivo iam embora para a tal lua de mel e a sujeira ficava para a família limpar.
Imagine só um bando de pobres esfomeados que vão em um casamento para comer, a maioria nem conhecia o noivo ou a noiva eram os “bicos” que entravam nas festas sem serem convidados, se eles tinham a cara de pau para entrar em uma festa sem convite, calcule você a educação dessa turma e imagine o que não aprontavam.
Limpavam as mãos nos sofás e cortinas, jogavam doces e salgados pelo chão e embaixo dos sofás, enchiam a cara e começavam a falar merda, levavam comida embora, davam em cima de todas as mulheres sem querer saber se eram casadas, solteiras ou comprometidas e o resultado disso você pode imaginar qual era, sempre acabava em um barraco.
Na época acho que a pior coisa que poderia ser realizada em casa era velório, velório dentro de casa era foda, hoje em dia temos velórios nos cemitérios, velórios em locais particulares, existem locais afastados no interior das cidades e do Brasil que ainda realizam os velórios em casa, mas, na época era tudo realizado em casa mesmo.
Era feito a encomenda do caixão, o corpo era liberado, você pagava as taxas e a prefeitura trazia o corpo até a sua casa e o resto ficava por sua conta até o carro vir buscar para o enterro.
Era feito a encomenda do caixão, o corpo era liberado, você pagava as taxas e a prefeitura trazia o corpo até a sua casa e o resto ficava por sua conta até o carro vir buscar para o enterro.
O caixão geralmente ficava em cima de dois cavaletes que faziam parte do pacote funeral que continha castiçais aonde são acesas as velas, o que sempre me deixava curioso é por que se cobriam os espelhos da casa em dia de velório?
Fora o trauma da família por perder um ente querido o que mais impressionava era que dias após o enterro permanecia no ambiente o cheiro de velas queimadas e flores, dava impressão que o defunto ainda não havia ido embora, os velórios em casa eram um tanto demorados, calcule esse tempo todo as velas queimando e aquele monte de flores em um local tão pequeno.
Para piorar, o defunto começava a feder e para isso vinha no pacote do velório um “treco” do tipo exaustor que era colocado na cabeceira do caixão, o qual cheguei a conclusão que não servia para porra nenhuma, a coisa fedia pra valer e aquilo só estava ali para espalhar mais o cheiro.
É... os tempos mudaram para melhor, hoje tudo mais prático, rápido e confortável, e dependo do bolso, tudo pode acabar e um grande churrasco.
Antes de ir quero deixar esta prá você pensar :
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