Coisas da Vida - Um Feliz Natal !!!

Estava trocando umas idéias como meus natais passados, eu expliquei a eles que  minha proposta do blog é colocar coisas divertidas, humor,  mas queria ter oportunidade de escrever algo um pouco mais sério, eles em comum acordo me autorizam a fazer isso, disseram que como o Natal é uma ocasião especial eles iriam abrir um precedente.

Quanto decidi criar o meu blog de humor, pensei em não colocar nada pessoal, minha intenção era só colocar assuntos do dia a dia com humor, descontração, ironia, mas se eu decidi falar de "Coisas da Vida", haverá alguns momentos o qual terei que escrever algo um pouco mais sério, não tem como escapar .

Hoje decidi falar sobre o natal, que para muitos é um momento de alegria e para outros momento de saudades e tristezas e para alguns outros indiferente.

Se você perguntar as pessoas em relação ao que vem a mente quando se ouve a palavra Natal, receberá como resposta opiniões divergentes, umas alegres, outras tristes, a minha definição de natal também é um tanto conflitante, tive alguns natais em minha vida que foram bons e outros ruins.

Quando viajo no tempo e volto a minha infância, algumas das boas lembranças que tenho é de ver a minha mãe montando a arvore de natal, mulher batalhadora, com sacrifício criou eu e minha irmã após a separação dela de meu pai.

Naquela fase da minha vida, a dor que eu sentia não era por não "ter" um pai, pois nada ele havia acrescentado aos meus poucos anos de vida e eu não tinha muitas referencias do que era realmente um pai.
Talvez a  minha "preocupação" fosse pressentir o sofrimento da minha mãe e saber que a partir daquele momento, ela teria uma vida toda pela frente tendo que criar sozinha duas crianças.

Naquela época, a visão da tal "sociedade padrão", era muito preconceituosa  com mulheres separadas, divorciadas, etc, essas que não representavam  as famílias padrão da época, do tipo. "papai, mamãe, filhinhos e o mundo maravilho e belo". Sabe estas família dos comercias de margarina, aonde pela manhã todos estão a mesa para o café, pois bem era isso que jogavam como o padrão.

Tinham muitas famílias desajustadas, com problemas de relacionamentos , mas continuavam juntos, mesmo sendo criança a turma do bairro já conhecia as figurinhas carimbadas da época, conheci famílias de aparências, viviam juntos preocupados com que a sociedade hipócrita ia falar, o importante era a unidade familiar, mesmo com todas as sacanagem jogadas embaixo do tapete, separados jamais, entende?Eu era pobre, morava em uma casa muito pequena e simples, uma das lembranças de natais passados que tenho era que no canto da cozinha desta casa, aonde morei por muitos anos tinha um pequeno móvel quadrado, a minha mãe encapava ele com papel que tinha motivos natalinos, em cima dele colocava pesos sobre os pés da arvore para que ela não caísse, era uma grande arvore de natal verde, hoje pensando bem, não sei se a arvore era grande ou nós que éramos pequenos demais.

Minha mãe pegava uma caixa de papelão que ficava o ano todo em cima do guarda-roupas, sempre aguardando o próximo natal, dela ela tirava as bolas e enfeites, desembrulhando um a um para não quebrar, naquela época as bolas e enfeites eram de vidro, íamos pendurando uma a uma na árvore, as vezes ouvia-se o plofttttt..., mais um enfeitinho que se espatifava no chão. A lembrança do gesto de pendurar bola a bola, enfeite a enfeite, me trás uma lembrança alegre e melancólica ao mesmo tempo, chega a dar vontade voltar ao tempo só para poder fazer uma analise mais profunda de tudo aquilo que acontecia e tentar encontrar a fronteira entre o amor e a dor, alegria e a tristeza.

Pouco a pouco, naquela humilde casa íamos vendo a arvore se colorindo de esperanças, arvore que para alguns poderia não representar nada, ou algo de mal gosto, mas para nós representava um momento no tempo aonde por mais dificuldades que estivéssemos passando, aquele era um gesto de amor que tudo superava e tudo transformava, pelo menos naqueles dias. 

- Tudo isso vai passar e um dia só vai fazer parte de suas lembranças, segue, acredite, as coisas irão melhorar.

Me vêm uma visão bem clara, como um facho de luz atravessando a escuridão, vejo os nossos risos por ver a árvore montada, a correria pela casa, a expectativa da visitas dos tios, de quem sabe, poderíamos ganhar algum brinquedo, nisso ouvia-se uma bola que caía e se quebrava ao tocar o chão e a voz da mãe dizendo :

-Vê se vocês parem com isso, cuidado para não se cortar!

Aquele gesto de montar a árvore, tinha um significado todo especial, era como que como se estivéssemos também enfeitando um pouco as nossas vidas que eram tão difíceis, e a palavra natal trazia ao meu entendimento de crianças a oportunidade de quem sabe ganhar presentes, de festa, comidas, brincadeiras, diversão.

No natal sabíamos que não tínhamos muito a comemorar, a virado do ano iria passar e toda luta começaria novamente, mas a árvore estava lá, imponente, altiva, a olhar pra gente.

Nas noites de natal em casa montávamos uma mesa, poderia ter pouca coisa, nunca passávamos em branco, como a festa em casa era só para nós, eu não via muita graça, eu ia passar a noite de natal na casa do meu melhor amigo que era também meu vizinho.
A casa dele no natal estava sempre cheia de gente, casa grande, ele ganhava muitos presentes dos tios e avós e eu aproveitava para ver e brincar com presentes que sabia que eu dificilmente iria ganhar.

Mesa farta, tinha de tudo que uma criança poderia querer comer em noite de natal, mas mesmo ali com pouco idade na hora do abraço da turma, aquele que é dado a meia noite na hora da grande comemoração, e vendo tudo mundo sorrir, cantando e gritando a festejar, eu me sentia um estranho no ninho, como um traidor. Mesmo sendo criança, pensava na minha mãe e minha irmã que estavam em casa e não tinham muito o que comemorar, queria elas ali, comigo, ficava por um tempo triste por querer compartilhar toda aquela alegria com elas e não podendo, era algo conflitante, ali em pensamento eu me perguntava, porque será que vivíamos em situação tão opostas a aquela?

Eu queria poder pegar um pouco daquela alegria e levar para casa e dizer, toma aqui, vocês também merecem, mas, no fundo sabia que as coisas não eram tão simples assim.

O tempo passou, muitos natais vieram, fui crescendo, perdi o contato com esse meu amigo, mas nunca me esqueci desses natais, lembranças gestos, olhares, cheiros, crescemos e os natais vieram juntos, alguns alegres e outros nem tanto, mas, é como diz a letra da musica :" O passado é uma roupa que não nos serve mais!".
Nessas noites de natal, fico a pensar, quantas pessoas sorriem e quantas outras choram, sentindo falta de amores perdidos, filhos, mães e pais, sentindo saudades de seus entes queridos que se foram sem ao menos terem tempo de dizer um adeus ou eu te amo.

Quantas lagrimas silenciosas correm, quantas cicatrizes se abrem?
Como dizem, tudo isso faz parte de nossas vidas, e ela segue seu rumo, segue seu destino e nos leva em seu voou incessante pelo tempo até não sei quando.

Que nessa noite de natal que se aproxima, por mais "fora de moda" que possa parecer, por mais careta que possa parecer, faça a sua reflexão, repense sua vida, talvez ainda há tempo, quem sabe, alguma coisa por ai, que foi abandonada, deixada de lado que ainda poderá ser salva.

Façamos do mundo um lugar melhor, eu também me incluo nisso, faça por você, por quem você ama, por quem admira e respeita, tente ser feliz, encontre seu caminho, e como dizem por ai, tudo passa, então, que tudo passe...

    
Feliz aniversário!!!

Coisas da Vida - Sofrência !

Eu estava no quintal, olhando as plantas, quando a galinha do vizinho subiu no muro da minha casa e começou a puxar conversa, disse ela :

- Oi Dió, tudo bem?

Tudo bem dona galinha, e você anda ciscando muito por ai?

-Mais ou menos, falando em mais ou menos, você andou vendo as ultimas noticias na tv, acompanhando os programas, eu estava vendo um desses programas de fofocas e exibiram uma matéria sobre essas musicas rotuladas de sofrência, "se" viu isso?

Este tipo de musica não faz parte do meu gosto musical não, sofrência, musicas  que contam histórias de traição, tristeza, de revolta, algumas de liberdade e "virada de mesa", esse negócio de chorar e  encher a cara não é comigo não, essas musicas populares que misturam, romances, dor de cotovelo,  sofrimento etc, não ouço isso nem no banheiro.

Como a moda "cowboy" anda meio em baixa, tentaram emplacar o sertanejo universitário, ai sobreviveu durante um tempo, agora vem a sofrência, cada período é um estilo novo que eles criam, sofrência é uma mistura de sertanejo com pop romântico, com dor de corno,sei lá, prá quem gosta...

As letras são mais ou menos assim :

Decidi ligar pro João pra saber a opinião dele a respeito disso :

- Grande João, beleza ai?

Aqui maravilha, fala Dió, o que manda?

- João me diz o que você acha dessa moda de sofrência, essas musicas de dor de cotovelo, trilha sonora de quem sofre dor de corno, e no fim tudo acaba em porre...

 

Cara, demorou, eu nunca ouvi essas musicas aqui em casa, costumo ouvir no boteco...tenho um monte de amigos cornos e ai eles lá na sofrência, cantando chorando e pagando cerveja, cachaça...e eu tomo todas "de grátis" você  sabe que eu sou chegado numas brejas, nas amargosas, lugar melhor prá beber de graça não tem...
E VIVA A SOFRÊNCIA!!!

Antes de ir quero deixar esta para você pensar :

Coisas da vida - Cada amigo que a gente arruma !

Estava arrumando alguns sapatos e vendo quais poderia dar e quais eu iria jogar fora, quando um velho chinelos de dedos me chamou a atenção e disse:

- Ei Dió se lembra de mim ?

Eu olhei bem para ele e disse não, realmente eu não me lembrava dele, ele já deveria estar no fundo da sapateira a anos.

- Se lembra quando o azedão veio aqui, ele quebrou a tira do chinelo dele e
você me emprestou para ele e ele só me devolveu meses depois, se lembra?

Há, é verdade, ele me deu uma canseira prá devolver você, e quando ele me devolveu você, você voltou todo "detonado".

- É Dió, estar com ele foi um dos piores momentos da minha vida como chinelo, o cara aprontava cada uma, ele era um puta porcão, fugia do banho como o diabo foge da cruz, depois de ouvir aquilo do chinelo, arrumei a sapateira e vim escrever.
A algum tempo atrás, eu estava andando pelas ruas e encontrei o azedão, o azedão era um amigo de infância desde os tempo em que estudávamos o primeiro grau, caímos algumas vezes na mesma sala.

O azedão nunca teve uma boa aparência, e agora chegando a faixa dos cinquenta e alguma coisa, a coisa tá pior, tá terrível, olhando para ele o que chama a atenção é o nariz, o nariz do azedão lembra um pouco aquelas batatas de feira, aquelas que caem do saco e ficam jogadas na sarjeta, é assim o nariz do azedão.

Dizem que quanto você vai envelhecendo tem partes do corpo que continuam crescendo, pena que o pinto não entre nesta estatística, mas pensa bem, de que adianta um pintão gigante que não funciona?

O que continua crescendo com o passar dos anos é o nariz, as orelhas e geralmente a ignorância, tem gente que quanto mais velha fica, mais chata vai se tornando.
Voltando ao nariz do azedão, aquele nariz é foda, você pode considerar ele como um órgão sexual a mais, um nariz "erótico", digamos até pornográfico.

E dentro do nariz do Azedão, ainda tem um monte de pelos, que ele não corta a tempos e aquilo vai saindo e mais parece uma "medusa", com o vento aquela coisa se mexe e lembra uma lagosta.
Eu até hoje não sei como ele conseguiu se casar, ele é muito "largado", se ele não tira os pelos do nariz imagine como estão os das orelhas, das axilas e os do saco.

O azedão, sempre foi descuidado, nunca ligou muito para aparência, os dedos dos pés dele chegam a assustar, um dedo entra debaixo de outro e isso vai formando um trenzinho indo para os lados, tudo encavalado, quando  você olha para os pés dele, o dedinho mindinho parece que foi engolido pelos outros dedos, é bizarro.

O dedão do pé então, é cabeçudo, parece cabeça de cobra e a unha do dedão é lascada, parece um azulejo trincado, o pior que ele vive com aquela sandália de couro, aquelas do tipo que lampião o rei do cangaço usava, e os “dedos’ do azedão ficam todos a mostra, o pé do cara é muito feio, o calcanhar dele é ressecado, trincado, parece chão do sertão em período de seca.

Coitado dele, azedão quando pequeno pegou tifo, conhece, é aquela doença que é transmitida através da urina do rato, de tanto antibióticos que tomou acabou enfraquecendo os dentes e perdeu todos, depois disso usou dentadura, o pior que ele esta com a mesma dentadura a uns 35 anos, imagine o estado que esta.

Aquilo anda na boca dele, e ele com o passar dos anos ainda foi perdendo massa óssea, o rosto vai afinando, tudo começa a cair, e a porra da dentadura dele foi ficando cada vez mais frouxa, quando ele fala com você, a dentadura dança na boca , se ele comer a coisa pega, se você come sentado na mesa ao lado dele, fica ouvindo aquele trec...trec...da dentadura de cima batendo na de baixo, mais parece salto de tamanco batendo em assoalho de madeira, parece castanholas.
Quando ele come, a dentadura não consegue segurar a comida, e quando ele fala de boca cheia, a comida fica pulando prá fora, e voa teco de comida prá tudo quanto é lado, e quando cai um teco no seu prato é de dar enjôo.

Apesar desse descuido com a aparência, o azedão é um cara amigo para todas as horas, é um cara honrado e honesto, o problema dele é que ele é muito  relaxado e  porco, o apelido AZEDÃO, vem dele não gostar de tomar banho, o cara exala cheiro de cueca suja, e a aparência oleosa dele, é de um cara que fritou linguiça no porão.
Ele tem ainda um outro grande problema, acho que é o pior, ele tem gases, muitos gases, ele peida muito, aonde ele estiver e na frente de quem for.

O cara perdeu a vergonha, deu vontade ele peida, se você convidar ele para uma festa, tá perdido, ele te faz passar vergonha, ele se entope de porcarias e depois começa a peidar sem controle, o pior que ele peida na frente de qualquer um, ele é tão cara de pau que ainda dá um sorrisinho e diz que não deu para segurar.

Se ele entra em uma casa, com certeza uma cagada ele vai dar, é um vicio que ele tem, se ele for na sua casa, vai cagar no seu banheiro, ele já disse isso "aos quatros ventos" :

- Quando eu vou em uma casa, preciso dar uma cagada naquela privada, isso é um vicio meu, diz ele.

O João conhece muito bem o figura, liguei prá pra saber a opinião dele a respeito do Azedão e do comportamento anormal que ele tem :

- Fala João e ai , tudo belele?

Fala Dió, aqui maravilha, com esse frio todo, tô indo de conhaque e breja,
mas diz ai, que novidades você tem?

- João, estava aqui escrevendo a respeito do azedão, aquele camarada nosso, você se lembra dele e das manias que ele tinha, aquela coisa de cagar no banheiros das casas aonde ele ia,  eu queria saber a sua opinião a respeito dele.

O Azedão é um fdp, veio aqui em casa, cagou na minha privada, o cara cagou tanto que entupiu tudo, tive o  maior trabalho pra fazer a merda descer, o cara caga grosso feito lenha de pizzaria, ele  que  não me apareça por aqui que rua que eu  enfio um cabo de vassoura no rabo dele.

É... esse é o Azedão, mas antes de ir quero deixar esta para você pensar :

Coisas da Vida - O ronco nosso de cada dia !

Estava dando uma cochilada no sofá da sala e acordei com o meu próprio ronco, pode isso, quando abri os olhos o ronco me disse:

- Nem eu que sou seu ronco consigo dormir com esse barulho todo, dá prá aliviar um pouco, que merda. 

Sabe que o ronco tinha razão, eu ronco muito, mas tem um motivo para isso, mas diz ai e você ronca também, e tem também algum motivo que justifique isso?

Já sei você vai dizer, que não sabe se ronca porque esta dormindo e quando esta dormindo não pode se lembrar se ronca, eu ronco pra cacete, minha mulher vive me empurrando para lá e para cá, para eu me colocar em uma posição para parar de roncar, mas logo volto a posição anterior e o ronco vem junto, mas parte da história de meu ronco foi causado por uma fatalidade.

È interessante o ronco, umas das justificativas que vem desde a formação do universo é de que quem ronca muito é por que esta muito cansado, como pode isso, tem gente que não faz porra nenhuma na vida e ainda ronca prá cacete.

Tem vários tipos de ronco, o ronco furadeira, barulhento, chato, e que ninguém aguenta, tem o engasgador aquele que o cara ronca e no final engole o cuspi que foi parar na garganta, tem também o ronco cascavel, aquele baixinho, mas constante, parecendo à cobra que quer dar o bote, é irritante, e o mais exótico é aquele ronco que vem em compassos, vem e para, vem e para e não dá nem tempo de avisar a pessoa que esta roncando, quando você vai tocar para avisar e o ronco desaparece e logo em seguida volta.

Não sei se vocês já viram uma foto minha e nela meu nariz erótico, bem, eu já tinha um nariz para não dizer avantajado, digamos pornográfico até.

Eu já fui um rapaz jovem, atlético, agora estou meio relaxado, largado, mas, eu gostava muito de jogar futebol de quadra e campo era todo fim de semana e algumas vezes durante a semana.

Para sua informação, as bolas de futebol de salão naquele período, nos finas dos anos 70 e começo dos anos oitenta, não tinham a tecnologia de hoje, hoje são leves, de material impermeável, naquela época a bola de futebol de salão era dura feito pedra, era de couro de animal e mais parecia uma bola de boliche, ao chutar aquela porra, doía até o pé.

Na empresa de publicidade em que eu trabalhava na época, eles faziam torneios internos e externos, jogos de amigos aos fins de semana, jogávamos também contra outras empresas, cheguei a jogar até no Rio de Janeiro contra a filial de lá.

Nós tínhamos a carteirinha do Sesc na época, lá tinha diversas quadras de futebol de salão e jogávamos uma vez por semana, os jogos eram no Sesc Dr. Vila Nova, no centro aqui de São Paulo, ali próximo à rua da Consolação e Largo do Arouche.

Para encurtar um pouco a história, no meu time tinha o alemão, o chute do cara era uma marretada, de cada três chutes que ele dava no gol adversário, dois era gol, realmente ele tinha uma bomba nos pés, jogo vai, jogo vem e estávamos ganhando, no meio da quadra dei um passe para ele e corri para receber a bola na frente, e grite :

Toca..toca...passa essa porra...!!!

Antes de eu acabar de pronunciar o segundo toca essa porra, ele chutou a bola e eu estava olhando para trás pedindo a bola, o que aconteceu?
Isso mesmo a bola veio direto na minha cara, bateu em cheio, a bomba, a marretada do alemão, meu “amigão”, acertou em cheio minha cara e como a “napa” geralmente esta um pouco a frente, coitadinha ela assimilou todo impacto.

Primeiro sintoma foi o impacto, é como se um lutador de "MMA" caísse sentado em sua cara, depois vem à ardência, é algo assim como se esfregar pimenta no cú, depois vem uma tontura, parecida como quando a pressão arterial cai, por ultimo não tem jeito, você cai mesmo, procurando entender o que te acertou, aonde você estava.

Mas ai, quando você vê que na arquibancada tem um monte de torcedores, garotas, você quer se colocar naquelas de “não foi nada” só um sustinho, sou macho, saco roxo, sou o fodão, susto o cacete, doeu mesmo, eu com nariz escorrendo sangue, a cara toda vermelha da bolada, ainda tenho que ouvir a celebre perguntar:

- Machucou, tá doendo, "cê" tá legal?

Há... vai tomar no .., porra, claro que machucou e tá doendo, e eu não "tô legal", se tivesse, eu não estaria aqui sentado com o nariz correndo sangue, o jogo prá mim acabou ali, dali fui para o vestiário, lavei o rosto, passei gelo para acabar com o inchaço, mas meu erótico, pornô e até sex nariz a partir dali nunca mais foi o mais mesmo, depois que o inchaço diminuiu percebi que a ponta do nariz ficou um tanto torta, por fora você não percebe muito, por fora só entortou um pouco do meio para baixo, parecido com nariz de urubu, mas a pontinha dele por dentro teve um desvio do septo nasal, septo nasal é aquela cartilagem que fica por dentro do nariz, é aquela estrutura que sustenta o nariz.

Coitadinho dele, depois disso fiquei anos sem jogar futebol de salão, traumatizado com o ocorrido, depois de alguns anos sai da empresa e nunca mais tive contato com os amigo, nem com o filho da puta do alemão que chutou aquela bola, espero que ele leve uma bolada daquela no saco e o pinto dele caia.

Mas a partir daquele ocorrido meu sono nunca mais foi o mesmo, só durmo de lado e do mesmo lado, virado para a esquerda, se viro ao contrário meu nariz entope, é automaticamente respiro pela boca e respirando pela boca, a boca seca, e quando você abre os olhos e percebe que esta respirando com a boca aberta, logo você sente com se estivesse com a boca enfiada nas areias do deserto, fica tudo pegando, tenho que me virar de novo para outro lado e ficar lambendo os lábios e o céu da boca para umedecer as coisas.

O pior é a baba que fica no travesseiro, pesquisas apontam que uma pessoa normal baba cerca de três colherinhas, aquelas de cafezinho por noite, imagine eu nessa situação.

Mas eu não, na realidade não babo nada, só se for pó, como alguém que fica com a boca seca pode babar?

Cada vez que eu me olho no espelho, vejo meu nariz ex-porno, ex-erótico, me lembro do alemão que me deu uma bolada na cara,  e me vem uma vontade dizer uma coisa  prá ele...