Eu estava fuçando no meu baú de tralhas e encontrei alguns lps antigos jogados lá, um deles me chamou a atenção, na capa estava Mark Davis, ou Fábio Junior, isso me trouxe a lembrança do fim do anos 70, começo dos anos 80 aonde a maioria dos cantores nacionais cantavam em inglês para ter espaço na mídia.
Das musicas tocadas em radio, 90% eram cantadas em inglês, dá uma olhada no visual, banda brasileira Pholhas que cantava em inglês, surgiu nos anos 70, se as bandas e cantores não cantassem em inglês, não eram tocadas nas rádios nem faziam shows, eram rejeitadas pelo povo "americano" e "inglês" que residiam no Brasil naquela época.
Eu estava observando o nome dos produtos vendidos por ai e cheguei a conclusão que se o nome estiver em inglês, a aceitação é melhor e o “povo” consome sem pensar, imagine um produto em uma bela embalagem e com o nome em inglês :
Coma “eat shit”, sabor sem igual, para toda a família!
Ou seja :
Coma “merda”, sabor sem igual, para toda a família!
O som das palavras em inglês soa bem aos ouvidos, mas engana, desenvolvem todo tipo de produto e desses 95% vem com o nome americanizado, é mais fácil de se vender.
Você já entrou em uma loja de produtos de beleza? Homens entram pouco, mas vocês mulheres entram umas três vezes por semana, estão sempre a caça de novidades, e nessas andanças com certeza já leu: “hair, blond, face, cuts, silver, wave” e por ai vai.
O desfile de nomes na língua inglesa contaminou tudo, até a área de alimentação, vestuários e hoje ela corrói principalmente a linguagem de trabalho e do mundo dos negócios, fica mais "pomposo".
Você só é “top” se fizer um “feedback” ou um super executivo se for “good in business”, isso não parece linguagem usada nesses realitys que oferecem como prêmios, empregos?
Essa moda de se espelhar no grande império americano vem desde o pós II guerra mundial, copiávamos o comportamento, modo de se vestir, músicas, alimentação etc, tudo embalado no“American way life”(estilo de vida americano).
Lançava-se revistas que não tinham nada a haver com a nossa realidade aqui, era a típica revista americana, o único trabalho era de traduzir a dita cuja e jogar no mercado, o conteúdo não tinha nada a haver com a gente aqui, e viva o Império.
Desde o inicio dos anos oitenta, esse comportamento vem mudando, se continuasse no ritmo que estava nos anos setenta, a língua nacional seria o inglês, quanto aos cantores brasileiros, eles eram obrigados a cantar em inglês, pois só assim se conseguia vender discos aqui no mercado interno.
Um dos exemplos é o do cantor Fabio Jr, que antes da fama cantou muito em inglês, assim como tantos outros.
Das musicas que estavam nas paradas de sucesso, das dez mais, seis eram em inglês (alguns brasileiros cantando em inglês, caso do Fabio Junior), outros sucessos de lá, poucas musicas cantadas em italiano, que também faziam sucesso na época, eventualmente uma ou outra musica cantada na lingua "mãe".
Muita coisa mudou desde então e vem melhorando, mas a mania de se colocar nomes em inglês nas coisas, perdura até hoje.
Um exemplo é o stand-up, que virou "modinha", grande parte deste sucesso deve-se por utilizar como "rótulo" o nome do produto em inglês, esse tipo de apresentação Chico Anísio, Jô Soares, Zé de Vasconcelos e tantos outros faziam nos anos 60, e isso existe nos EUA desde o período da TV preto e branco (lá). Inclusive tenho um vídeo que você poderá ver aqui pelo meu blog no canal vídeos, na barra superior, ali falo sobre esse "fenômeno", a verdade sobre o stand-up no Brasil.
Faça você uma visita a uma loja de produtos de beleza, aos supermercados, a lojas de eletrodomésticos etc, se o nome não esta em inglês, o sobrenome com certeza esta.
Observe a linguagem usada e veja como os “businesses” e “feedbacks” dão um ar imponente, superior e diferenciado as conversas, e até que fica "bonitinho", mas não tem muito haver com as coisas aqui do povo tupiniquim.
Falar em “negócios” ou fazer uma “avaliação” não é coisa para só para inglês, The busines world will not be the same without these terms, ou seja , o mundo dos negócios não seria o mesmo sem os famosos “refrões”.
Liguei pro João, prá saber a opinião a respeito disso tudo, ele foi curto e grosso e em alto e bom tom disse :
Mas...pensando bem, sem um inglesinho misturado a coisa não vai, antes de ir quero deixar esta prá você pensar :