Coisas da vida - Vamos de busão !

Aqui em São Paulo, capital, nos ônibus, utilizamos um bilhete chamado, bilhete eletrônico ou bilhete único, é um cartão plástico, aonde através de um terminal autorizado, você coloca carga em dinheiro nele, entra no ônibus, encosta ele em um leitor digital, esse leitor cobra o preço da passagem e ai a catraca é liberada para você passar.

Eu estava conversando com meu bilhete eletrônico e ele dizia como é duro andar de ônibus aqui na capital, ônibus velhos, lotados, sem nenhuma segurança, ficamos conversando por um bom tempo sobre este assunto, após me despedir dele, resolvi escrever sobre isso.

Em uma cidade como São Paulo, principalmente aqui na capital, se deslocar de carro virou um tormento, é congestionamento o dia todo, antigamente era só pela manhã e tarde, agora não tem mais hora para isso, também pudera, aqui são licenciados aproximadamente 800 novos carros por dia, imagine isso por mês e por ano.
As ruas continuam as mesmas, ai chega uma hora que não tem mais espaço para os carros e vira tudo uma grande "zona".

E nos períodos de chuva então, a coisa piora, tudo para, a água vem e os motoristas não tem como fugir e ai...lá se vai o carro, prejuízo total.
Se for analisar, você passa mais tempo para ir e vir do trabalho do que trabalhando, mas ai os nossos governantes nos oferecem os transportes públicos, os ônibus, as vans, metros, os trens, tudo de "primeira", aqui você vê muitos ônibus velhos, sucateados, que não deveriam estar mais em circulação.

Você entra no ônibus, ele esta sempre cheio, é terrível em uma cidade como São Paulo depender do precário transporte publico, vem aqui "passear" de ônibus ou metro prá conferir que maravilha.
Tudo começa com a fila para carregar bilhetes, usados para pagar a condução, passou essa tortura, vem mais, você entra em um ônibus lotado, um empurra prá lá e prá cá, logo vem alguém atrás e fica te encochando, se for mulher você nem liga, mas e quando é homem, sem contar quando há greves de outras categorias como metrô e trem e a única opção que resta é o pobre ônibus, ai a coisa fode de vez.

Você tenta desviar mas não tem espaço, olha feio, muitas vezes o cara não tem para onde ir e fica ali constrangido e assustado com a sua reação, fica aquele treco te “cutucando, você olha feio, da cotovelada, reclama e ai ele consegue sair e você pensa, até que enfim acabou.
Mas ônibus segue, para a sua surpresa encosta aquela gatinha atrás de você, ela esta resfriada, começa a tossir, ela não coloca as mãos na boca, inclusive porque não dá, se ela colocar as mãos na boca, com o balanço do ônibus ela vai cair, e tosse, tosse mais e mais, o pior é que é nas suas costas, você ai fica ao mesmo tempo irritado e preocupado com um monte de vírus se espalhando, isso porque os vidros do Busão estão fechados, e será que ela também não esta deixando catarro colado na sua roupa, porque você sabe, tosse de resfriado, sempre solta alguma coisa, imagine aquele treco colados nas suas costas, é muito nojento.

E quando você esta de pé, não há espaço prá nada, você sem querer fica com o pinto "catucando" o ombro de alguém sentado, você tenta desviar, mas não há o que fazer, no balanço do busão sempre escapa uma "catucada", uma estocada no ombro de alguma vitima.
O que aterroriza mesmo é quando quem esta sentado ao seu lado é um cara de 1:95 por 2:30 de largura, fazendo um calor da porra, temperatura de 35 graus, ele usando uma blusa moletom com capuz com os dizeres nas costas :
- Sou folgado e dai?

E quando você esta sentado, você esta naqueles dias que não quer nem pensar em nada para não ficar mais deprimido do que tem andado, e ai vem e senta ao seu lado uma tiazinha solitária, que não conversa com ninguém a mais de uma semana, e ali, naquele momento quando você esta mais frágil, ela resolve falar da vida dela com você, ferrou.

Ela começa falando das doenças que ela tem e dos sintomas, depois fala dos falecimentos na família dela desde o começo do século, e por ultimo fala das saudades do marido que morreu a mais de 30 anos, resolve te contar a história desde o inicio do namoro dela até o falecimento dele, cara se você cair nessa, nesse blá...blá...blá...sem fim, seu dia acaba ali.
Um outro problema em ônibus são as crianças e suas respectivas mães, a mãe passa roleta, só ela paga, e por cima sem pagar, passam seus cinco filhos, o problema não é esse, o problema é que ela vai se sentar a seu lado e ainda acha que em um banco para um passageiro tem espaço para ela e os cinco sentarem.

O que me deixa doido é quando dois dos seus cinco filhos, ficam brigando o tempo todo, ali do seu lado, e sempre sobra uma ou outra cotovelada em você.
Pode reparar que em família assim, tem sempre um de colo que não para de olhar para você, o ranho subindo e descendo do nariz, a chupeta na boca e ele ali olhando prá você.
Você não pode esquecer o maiorzinho que insiste em comer aqueles salgadinhos baratos, com cheiro de vômito, e fica roendo aquilo o tempo todo, de cada um que ele come é três que saem voando, um vai pro chão, outro para o seu colo, mais um outro para o banco e a mãe ali indiferente, segurando um monte de sacolas e falando no celular com o marido o "Jovaci", Jovaci era o nome dele e ela dizia o seguinte:

-Mas, Jovaci me escuta, eu tô aqui com o Elvis Carlos, Roberto Lennon, Raimundo Michael, a Glória Madonna e também o Mike José Tyson, tamu tudo a caminho de casa, fique tranquilo, assim que chegar ponho sua comida no prato e preparo seu banho, amor, te preparei aquela buchada de lamber os beiços, mais alguns pontos depois, ela e seu rebanho desceram, que alivio.

Outro dia, do meu lado se senta uma senhora de idade, distinta, bem vestida, com  lenço na cabeça, vestido florido, e com a sua bunda gorda,  ela me espremeu entre o banco e a janela, e o ônibus seguiu seu caminho, alguns minutos depois, percebi que ela peidava sem parar, sei lá que porra ela comeu e peidava fedido, se é que existe peido perfumado, o cheiro era insuportável, os passageiros de pé se olhavam como dizendo, será que é esse filho da puta que esta peidando, eu sentia isso no olhar.
É assim que as coisas acontecem, aqui se encaixa muito bem aquele ditado :
- As aparências enganam !

Você já reparou que em matéria de peido em coletivo quem paga o pato é sempre o mais pobrezinho(a), o mais feio ou o mais humilde, o mal vestido, como se gente bem vestida e bonita não tivesse cú para peidar, isso é puro preconceito!

Eu sabia que era ela, eu que estava ali do lado,  antes de cada bufa, ela se espremia, ficava inquieta, vermelha, depois vinha um olhar de alivio e o cheiro subia, era o cheiro do próprio inferno, velha sem pregas, fazer aquilo em um ônibus lotado e com vidros fechados!
É...como se vê, não é nada fácil encarar um coletivo desses, em toda as grandes cidades esse é um grande problema a ser resolvido.

Agora aqui em São Paulo, estão implantando faixas "quase" exclusivas de ônibus, digo quase porque aonde deveriam ser exclusivas tem sempre algum veículo invadindo, os tais "espertos".

Mas,antes de ir quero deixar esta mensagem prá vocês pensarem :