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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Coisas da vida - Síndrome de Diógenes!

Estava eu, deitado no sofá da sala, eu iria descansar um pouco, quando eu quase estava pegando no sono a tv liga sozinha e uma voz em volume alto sai do falante, levei um grande susto, e a voz disse :
- Ei Diógenes, tem uma noticia que vai interessar a você, veja!
Na tv apareceu uma matéria a respeito de dois velhinhos que moram em um bairro de luxo em uma cidade do Interior de São Paulo e que durante anos ficaram juntando lixo em casa. De acordo com a matéria a prefeitura tirou mais de cinco caminhões lotados de lixo de dentro da casa, e o que mais me chocou foi que além dos dois terem a mesma doença, essa doença tem o nome de sindrome de Diógenes, meu nome é Diógenes, uma sindrome com o meu nome? Crédo! Conceito de Síndrome: O termo Síndrome designa um conjunto de sintomas, caracterizando uma determinada doença. Essa sindrome foi inspirada em um filósofo grego chamado Diógenes que vivia em um barril pregando ideais de animalismo e niilismo, a síndrome é caracterizada por extremo negligenciamento, tendências reclusivas e acumulação compulsiva, algumas vezes de animais.
A doença normalmente afeta pessoas de idade avançada que vivem sozinhas, caracterizando-se pelo total abandono pessoal e social e pelo isolamento voluntario em seu próprio lar, basicamente é isso que acontece com quem tem essa síndrome.
Logo após a matéria, a tv "se desligou", e eu fiquei chocado, me coloquei a pensar, por que meu pai me deu esse nome, será que ele fez uma pesquisa antes?
Olha só a história do Diógenes o (oficial) :Diógenes de Sínope - Filósofo - InfoEscola

Diógenes de Sínope foi exilado de sua cidade natal e se mudou para Atenas aonde teria se tornado um discípulo de Antístenes, antigo pupilo de Sócrates. Tornou-se um mendigo que habitava as ruas de Atenas fazendo da pobreza extrema uma virtude, diz-se que teria vivido num grande barril, no lugar de uma casa. A más línguas dizem que ele perambulava pelas ruas carregando uma lamparina durante o dia alegando estar procurando por um homem honesto. Eventualmente se estabeleceu em Corinto aonde continuou a buscar o ideal cínico da auto-suficiência, uma vida que fosse natural e não dependesse das luxúrias da civilização. Por acreditar que a virtude era melhor revelada na ação e não na teoria, sua vida consistiu duma campanha incansável para desbancar as instituições e valores sociais e que ele via como uma sociedade corrupta, interessante né? Se parece bem com a nossa sociedade atual não é mesmo, pouca coisa mudou de lá prá cá! Já sei, pensou que eu Diógenes (atual) me colocaria na mesma posição do outro, cheio de idealismos, cheio de valores querendo demonstrar a sociedade atual o quanto ela é ligada
ao "eu tenho, tudo posso!" .
Você acha que eu ia ser idiota a esse ponto? Eu quero que a burguesia se exploda!
Diógenes (o original), era um filósofo que vivia na miséria, vivia numa merda de dar dó, como meu pai pode me homenagear assim, se é que isso foi uma homenagem!
Como meu pai já partiu pro outro lado a muitos anos, isso quando eu ainda era criança, eu não pude tirar essa duvida com ele, agora me responda se for capaz :
Porque será que ele escolheu esse nome prá mim?
A) Ele estava puto e resolveu me sacanear? ( )
b) Não tinha a noção de quem foi Diógenes? ( )
c) Poderia ser pior, talvez Denerval, Rubelindo, Joamilton etc. ( )
Porra, esse Diógenes poderia ter sido um rei do pornô, um mega empreiteiro, um astro da musica ou do cinema, quem sabe um bilionário excêntrico, ou um "garanhão comedor", do tipo "riquinho" que gosta de aparecer na mídia e que vive da fortuna do "papai", esses que a gente vê por ai e que sai em todas as colunas sociais ou policiais.
Mas não, ele me coloca um nome inspirado em um filósofo grego que vivia na merda, um mendigo por opção, um cara "xarope" da cabeça, que achava que a forma como que ele levava a vida era uma virtude, o "figura" queria desbancar as instituições sociais corruptas da época, imagine o Diógenes (aquele) vivendo hoje?
É pai, o nome é cheio de pompas, impressiona, mas aquele Diógenes da Grécia se vivesse em nosso tempo não passaria de mais um sem teto, largado nas ruas, um desses ai qualquer que passa pela vida despercebido e que morre como um animal abandonado.
Fiquei com isso na cabeça e precisava de uma segunda opinião sobre o assunto, liguei pro João e expliquei o caso, e ele me respondeu: - Dió, eu não sabia dessa história do Diógenes o original, é curiosa, agora você imagina eu, meu nome é João, será que recebi este nome para homenagear João o apóstolo de Cristo? É, se for como uma homenagem ao apostolo, é valido, você não acha? - De certo modo é uma grande homenagem , mas não tem nada a haver comigo, esse negócio de ser santo eu deixo prá eles que nasceram com esse dom, com essa natureza. Eu como sou amante de água ardente, daquelas que passarinho não bebe, tenho outros nomes em mente.
Mas, João, o seu nome é legal, como é que você queria que fosse seu nome? - Que tal Velho Barreiro? Por que eu fui pergunta?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Coisas da vida - Aonde esta a graça?

Existem 5 tipos de insônia – qual é a sua? - Mega Curioso

Poderia ser uma noite como uma outra qualquer, mas não era, o quarto estava escuro, e eu estava ali, deitado naquele sofá sem conseguir dormir.
O tic-tac de um relógio que havia na parede e a respiração dela eram as únicas companhias que eu tinha naquele momento.
Por vezes fechava os olhos tentando procurar o sono, quem sabe eu poderia encontrar ele ali dentro da escuridão que se fazia no quarto, mas foi em vão.
A luz que vinha de fora contornava a silhueta da porta e projetava fachos de luz pelas paredes, algumas vezes eu ouvia passos e vozes de pessoas que se perdiam ao longo do corredor e o sono não vinha.
Quando eu estava ali me desligando um pouco das preocupações e quase caindo nos braços de morfeu, um daqueles fachos de luz me tocou no ombro e perguntou:

- Ei Dió, percebi que você não consegue dormir, reparei também que esta um pouco preocupado, mas tenha certeza que o melhor já esta sendo feito.
Depois desse rápido contato, o facho de luz se perdeu dentro da escuridão do quarto do mesmo jeito que eu me perdia em meus pensamentos.
É difícil explicar os sentimentos que povoam o nosso espírito e nosso coração ao estar a noite em um quarto de hospital, fazendo "companhia" para uma mãe que esta no leito ao lado e com a saúde frágil.
A sua respiração me soava como um chamado, que vinha do tempo de quando eu era um menino:

- Filho, vem almoçar!
- Menino, cuidado com isso!
- Você não vai entrar para tomar banho?

Era isso que minha alma ouvia a cada respirar seu, naquele momento eu queria ter asas para subir aos céus e perguntar ao criador supremo do porque as coisas tem que ser assim?
Me faltavam as asas, mas não os pedidos!
Uma coisa que notei durante aqueles dias de visita, é que as mudanças intimas acontecem, cheguei a conclusão, que devia haver uma lei obrigando as pessoas a fazerem visitas a um hospital, pelo menos uma vez por ano, para elas levarem um pouco de conforto e atenção a aqueles seres que estão em um momento tão difícil e com a saúde tão fragilizada.
Aquilo que se vê lá, também faz parte dessa nossa vida real, as pessoas tratam isso como se fosse uma coisa que só acontecesse do outro lado do muro, quem sabe com esse contato, as pessoas pudessem ficar mais sensíveis e humanas e com isso deixar um pouco de se prender tanto a coisas desnecessárias, a futilidades e banalidades e quem sabe perceber que a vida é mais.
A cada conversa com a minha mãe, eu sentia a sua força em viver, o prazer em estar ao lados dos seus, a luta para retornar para a casa só pelo prazer de estar sentada ali no sofá jogando conversa fora, quem sabe dar um afago no cachorro, ver tv, essas coisas que parecem tão corriqueiras para alguns e que fazem parte de nossas vidas.
Isso parece tão pouco, mas você já parou para pensar, que existem milhares de pessoas nesses leitos de hospitais que só queriam ter a oportunidade de retomarem as suas vidas e de terem uma segunda chance.
Você lendo tudo isso se pergunta:

- Porra, este não é um blog de humor, cadê a piada, aonde esta a graça?

A piada? A piada aqui é a vida, uma senhora de 91 anos, 1: 60 de altura, minha mãe, lutando pela vida, enquanto isso milhares de pessoas se destroem nas drogas e com todo tipo de violência.
Mas a piada maior é essa senhora, me acordar as três da manhã, me pedindo para acompanha-la ao banheiro, ali, fico do lado de fora aguardando, depois de fazer as suas necessidades, ela lava as mãos, me chama, ela se se olha no espelho, observa, analisa, me chama e pede :

- Dió, me faz um favor, pega a escova, olha como meus cabelos estão despenteados.
Karla Krause: DESPENTEADA